Experimentalismo e a Elevação do Poder Criativo: Uma Conversa com António Paciência
Experimentalismo e a Elevação do Poder Criativo
UMA CONVERSA COM ANTÓNIO PACIÊNCIA
Quanto a mim, para além de tudo que tinha, tinha tudo também para nunca chegar além. Uma maldição abençoada. Deitei-me com tudo quanto fosse emoção, viciei-me com pequenas doses de alegria. Toquei no amor, abracei o vento, apanhei nuvens que levaram-me a lua. Mudei de abraços, me fiz kwatas, me me fiz koolies, me fiz liberdade. Dei tudo que recebi para explorar gratuitamente os poços de felicidade dos escolhidos (os meus). Até verdades em forma de raiva dei. Entrei na escola da vida, fiz várias provas de por favor, muito obrigado, desculpa, dê-me licença, tudo para beber um copo de sumo natural de paz espiritual.

APRESENTADO POR JALIYA THE BIRD
Esta conversa teve lugar em Luanda através do WhatsApp e o Facebook.
Jaliya: Olá, António Paciência, muito obrigada pelo tempo que disponibilizaste para ter esta conversa comigo. É um prazer.
Quando, ao preparar esta entrevista, te pedi uma biografia para saber mais do teu percurso e da abordagem que fazes do teu trajecto, tiveste alguma dificuldade em fornecer-me algo que definisse a tua carreira até aqui, por conta do facto de não seres fã de biografias, penso até que nem sequer gostas de te descrever. De onde é que surge isto?
António Paciência: Muito obrigado pelo interesse em encontrar alguma coisa em mim que seja digna de partilha.
Quanto ao posicionamento… é uma coisa simples, incomoda-me muito o facto de, enquanto ser humano, me prestarem atenção a partir do “quem eu sou” e “quem eu fui”… eu penso que só o facto de eu existir seria suficiente… a biografia é só mais um adereço, tal como as minhas roupas… olha pra mim.
Jaliya: Percebo o que dizes.
Gosto que tenhas dito “olha para mim”, faz-me pensar nas muitas coisas que vejo quando olho para ti. Uma das maiores coisas que aprecio em ti, algo por que me apaixonei desde a primeira vez que assisti a uma performance tua ao vivo, é a forma como carregas Angola na voz. Eu cresci na diáspora, e estar no estrangeiro fez-me explorar os conceitos de cultura, nacionalidade, pertença, etc., muito cedo. Uma vez, em 2014, em meio à nostalgia e ao anseio por Angola, escrevi um poema. E na primeira vez que te ouvi, achei que fosses esse poema, nunca me vou esquecer daquela magia! Tu tens angolanidade… as tuas expressões, o sotaque, as temáticas…
António Paciência: Há algumas coisas em mim que, por acaso, faço questão de mantê-las conforme estão, ou, se calhar, poderia ter me esforçado mais para melhorar, mas sinto que estaria a apagar uma parte de quem eu sou e de onde vim, estou a falar propriamente do meu modo de falar. Eu nasci e cresci na periferia, lá as pessoas fazem uso fluente do calão, estamos constantemente a criar e a adaptar palavras dentro da língua portuguesa. Essa questão da identidade, de alguma forma, me conecta facilmente com o angolano mangop e principalmente com o angolano da mbiri… e acabo por usar a minha maneira de falar como apresentação de “quem eu sou”.
Quanto às temáticas, eu sinto, e é uma coisa que tenho lutado para me disciplinar, geralmente não sou eu que escolho os temas que abordo nos meus textos, esse trabalho de selecção pertence à minha alma e à vontade própria da poesia, quase sempre que me proponho a escrever sobre determinado assunto, elas levam-me para outros portos. Gosto sempre do resultado, fala sempre sobre nós, é muito instintivo.
Jaliya: Quem é o angolano mangop e quem é o angolano da mbiri?
António Paciência: O angolano da mbiri é o angolano luandeinse. O angolano mangop é o angolano que desenvolveu uma nova forma de ser e estar em Angola por conta do processo de assimilação e globalização.
Jaliya: Ainda sobre as temáticas, o facto de começares a falar de uma coisa e acabares por falar de outra, penso que a maior parte dos teus textos tem esse toque, é a razão de teres montado o espectáculo de nome “O Zungueiro Muzumbeiro”? É, de alguma forma, um conceito que espelha o teu processo criativo, o zungar das ideias na tua cabeça? É algo que fala da construção dos teus textos, essa sensação de o leitor estar numa jornada, a zungar? Ou se trata de zungar no sentido de vender poesia? Afinal de contas, propuseste-te a fazer mais de 50 espectáculos, não é?! Como surge o nome “O Zungueiro Muzumbeiro”, qual é a essência deste pensamento e quantos espectáculos já fizeste?
António Paciência: Quanto ao formato dos meus textos, hoje os conheço melhor, geralmente são vários assuntos que me levam a um único tema, raramente, mas muito raramente mesmo, abordo um único assunto num texto.
O espectáculo “O Zungueiro Muzumbeiro” surge da necessidade de fechar um ciclo da minha vida enquanto poeta, onde o foco era o adeus para alguns velhos poemas novos, poemas que me apresentaram vários lugares e várias pessoas. O recital foi criado para me despedir do fim daquele ciclo e dar início a um novo ciclo. Muzumbo é uma palavra proveniente da língua Kimbundu, traduzindo para o português, significa lábios, e é o último canal no processo que dá origem à fala, à palavra falada. Zunga é o acto de deambular pelas artérias da cidade ou musseques, apregoando um produto comerciável. Quem zunga anuncia o seu produto de maneira a despertar a atenção da clientela. Daí surgiu a nomenclatura para o recital, enquanto poeta, eu anuncio ou recito os meus textos por intermédio do meu muzumbo e zungo-os por tudo quanto é canto.
Hoje por hoje, o espectáculo cresceu e ganhou outros contornos. Um dos maiores ganhos foi me aproximar, na busca do entendimento da minha identidade oral enquanto africano, da dimensão material e espiritual da nossa oralidade e do seu papel. Por conta deste facto, deixei de ser o centro do recital e envolvi muitos mais elementos, alargando o meu campo de pesquisa, hoje é constituído por três elementos: o audiovisual (amostras de vídeos feitos em praças, que captam o modus operandi dos vendedores), o áudio (amostras de conversas recolhidas em táxis, paragens, no seio familiar…), o visual (uma mistura da técnica de colagem de recortes e da palavra escrita). Tudo isto casa com a palavra que se manifesta no meu muzumbo em forma de contos ou poemas.
Até agora fiz 14 apresentacões dos espectáculos.
“Durante a concepção do espectáculo, o experimentalismo é e sempre será um elemento a ter em conta, porque eleva o meu poder criativo para o desconhecido.”
Jaliya: De acordo com o cartaz, a primeira edição do “O Zungueiro Muzumbeiro” foi um “casamento entre narração, spoken word, blues, Kuduro e experimentalismo”. Experimentalismo… adoro isto. É uma característica que marcou não só a primeira edição, mas também as subsequentes. O que tens descoberto sobre ti neste processo de expandir a tua criatividade e o teu trabalho e quais são os desafios que tens enfrentado? Igualmente, qual é a leitura que fazes da forma como o público tem reagido a estes experimentos? Um público habituado com o Paciência que faz spoken word dentro de um certo formato, que então se depara com uma outra roupagem. Qual é o feedback que tens recebido por parte de quem acompanha o teu trabalho?
António Paciência: Sobre o experimentalismo, acabo por abrir uma janela toda a vez que subo num palco, que permite absorver todos os elementos novos que acontecerem durante a minha performance. Durante a concepção do espectáculo, o experimentalismo é e sempre será um elemento a ter em conta, porque eleva o meu poder criativo para o desconhecido, gosto disto.
É um processo muito artesanal, em que geralmente estou envolvido a 100%. Utilizo muito a técnica da observação, geralmente me neutralizo muito quando estou no campo a fazer recolha de áudios ou vídeos, acabo por estar invisível. Para a parte visual do espectáculo, utilizo muito material reciclado, recortes de revistas e jornais usados. Do ponto de vista da partilha oral, também passo por um processo de busca, de recolha de histórias e estórias.
Um outro dado sobre o espectáculo, para materializar a ideia da zunga, geralmente vendo um livro durante o evento.
Não tenho tido muita dificuldade em ter acesso ao material, porque o meu laboratório é o meu meio, as pessoas que me rodeiam.
O público tem reagido de forma positiva, nunca um espectáculo é o mesmo, há sempre novas envolventes e novos elementos. Uma das minhas preocupações aquando da elaboração do espectáculo é transformar o mesmo numa boa experiência sensorial. Já vi pessoas a chorarem durante os espectáculos. Já recebi relatos bastante positivos sobre o lado didáctico do mesmo, e tudo misturado com o facto de o mesmo ser bastante inclusivo, há muita interacção entre o artista e o público. Isto era uma característica que quis muito recuperar da nossa tradição oral, o facto de nos reunirmos para conversarmos de forma descontraída enquanto partilhamos o conhecimento. Eu nunca sou o mesmo depois de um espectáculo, aliás, nunca ninguém é o mesmo.
Jaliya: Parabéns por conseguires proporcionar experiências tão prazerosas, esta interacção e ligação com o público que mencionaste está presente nas tuas apresentações e leva-nos a fazer uma viagem, e realmente não regressamos os mesmos.
Tradição oral… isto leva-me ao que disseste sobre o entendimento da tua identidade oral enquanto africano e da “dimensão material e espiritual da nossa oralidade e do seu papel”. Podes falar mais sobre isto? Qual é o papel da nossa oralidade? E, em particular, qual é o teu papel no meio disso tudo, qual é o propósito da tua arte?
António Paciência: Um dos nossos maiores acervos para a conservação da nossa memória colectiva é a nossa oralidade, aí ainda encontramos vestígios muito fortes da nossa identidade (sobre quem somos e as nossas filosofias). Nós passámos por um processo de escravatura e colonização. Em Angola a colonização combateu fortemente a nossa oralidade, de maneira a apagar a nossa identidade e a transformar-nos em assimilados, ao falar a língua dos colonos fomos cada vez mais nos afastando dos códigos guardados no ADN da nossa oralidade, dentre eles, a nossa espiritualidade. Para nós, a palavra teve e tem um peso muito forte além da dimensão material (acordos para contratos comerciais, acordos nupciais.)
Na dimensão espiritual, a nossa oralidade é a chave para nos conectarmos aos quatro elementos (terra, vento, água e fogo), principalmente a terra. Também é o ponto de partida para o desenvolvimento da nossa cultura (nossos hábitos e costumes, desde os nossos rituais, dogmas, às filosofias e profecias inscritas nos contos, provérbios, adivinhas).
Na busca pelo entendimento da minha identidade por intermédio da oralidade percebi e aprendi que o dom da palavra é atribuído, num processo de selecção natural, aos escolhidos, nem todos temos o dom da palavra, e este poder vem com algumas responsabilidades, que já anteriormente mencionei. A ferramenta pode ser usada tanto para o bem como para o mal, lembro-me que na minha adolescência mentia com muita naturalidade e era bastante convincente, hoje por hoje me percebo melhor como instrumento usado para partilhar a palavra, por isso procuro ser o mais responsável possível com as coisas que digo quando estou em palco e não só.
No processo de aceitação do meu “eu artístico”, os elementos mais importantes foram a minha voz e o meio onde nasci, cresci e vivo (a periferia). A minha voz ensinou-me a experimentar várias formas de me expor, por isso estou sempre aberto à experimentação. O meu meio faz-me nunca esquecer qual é a minha essência.
Quase sempre me vou descobrindo e reinventando…
Jaliya: Estou em constante reflexão sobre o dom da palavra, o poder e a responsabilidade do artesão de palavras: é uma benção. O processo da escrita ensinou-me muito sobre me descobrir, reinventar. É tão evidente que tu te exploras, digo isso porque és multifacetado.
Uma outra coisa que eu vejo quando olho para ti são os teus muitos talentos, és um artista multidisciplinar. Além de poeta, também és um actor, praticante de teatro, e produtor de eventos culturais (estes elementos bebem uns dos outros e são evidentes uns nos outros na forma como tu apresentas o que fazes). Quando não estás no palco para protagonizar o evento, estás nele para ajustar o microfone de alguém.


António Paciência: Eu venho de uma escola de nome teatro, lá aprendi muita coisa ligada à minha pouca disciplina artística (ainda me acho muito indisciplinado e o pior é que gosto disso, remete-me a um sentimento selvagem e livre). Por conta das dificuldades para se fazer teatro em Angola, nos grupos de teatro somos preparados para ser multifacetados (somos actores, iluminotécnicos, sonoplastas, cenógrafos, mestres de cerimónia, o homem da bilheteira e até plateia, às vezes, do nosso próprio espectáculo). Esse contacto com o mundo da produção me fascinou de tal modo que já não consigo assistir a um espectáculo sem reparar nos detalhes da produção, parece um gesto já quase que instintivo. Por conta disto, eu e um grupo de amigos criamos a nossa empresa de produção e promoção de eventos, a Kwatas e Koolies. Enquanto Kwatas e Koolies, e mesmo até como fazedor de spoken word, as nossas actividades estavam muito viradas para a zona urbana de Luanda, muito por conta dos poucos espaços com o mínimo de condições técnicas para receber “arte” oferecidos pela cidade de Luanda.
Em 2016 venci um campeonato de spoken word, o Luanda Slam, o prémio deu-me acesso à participação numa batalha internacional de spoken no Brasil, a FLUP. Participar da FLUP foi uma experiência que teve um impacto muito forte em mim, primeiro enquanto artista (durante uma semana convivi com malucos da minha espécie), segundo enquanto produtor de eventos (foi uma super produção), e, por último, e o mais importante, como um indivíduo que nasceu e vive numa zona periférica (o festival aconteceu na favela da Cidade de Deus). Ver o que estava a acontecer aí remeteu-me a um orgasmo epifânico, era uma questão de identificação, o trabalho para o desenvolvimento do empoderamento e emancipação colectiva da consciência periférica, eu voltei para Angola com uma pauta, a REPRESENTATIVIDADE periférica dentro do conceito “nós podemos mais”. Daí surgiu o projecto “Meu Gueto, Minha Bandula”, lembro-me das primeiras actividades, fizemos doações de sextas básicas a famílias carenciadas, o natal ecológico com o Movimento Folha Verde, mais tarde se juntaram ao projecto o Victor Barros, o Harvey Madiba e o Clarimundo… hoje o projecto é composto só por moradores do meu bairro. Temos vários parceiros, mas a nossa principal ferramenta para o nosso activismo é a arte, levamos arte gratuita às pessoas da minha comunidade (concertos de música, recitais, teatro). A minha palavra sempre esteve ligada à reivindicação, mesmo quando estou a apreciar o belo estou também a contestar.
Conforme disse acima, as minhas apresentações eram muito na zona urbana de Luanda, senti a necessidade de criar um espaço que pudesse dar e fazer chegar as vozes de artistas como eu e não só à minha comunidade, assim surgiu o Projecto Kassemba (Terra Preta). O projecto é só mais um dos vários investimentos que já fiz em prol da minha comunidade, trago aqui a palavra “investimento” porque eu acredito na ideia de que o nosso empoderamento, além de ser intelectual e espiritual, também precisa de ser económico, e, parecendo que não, as periferias geram muitas receitas, porque representamos a maioria do ponto de vista de consumo.
Jaliya: Parabéns por todo o teu trabalho com a Kwatas e Koolies, o Meu Gueto Minha Bandula, a Kassemba, Terra Preta e outros. Já tive o prazer de presenciar eventos criados através destes projectos e tenho imenso respeito pelos conceitos. Foi na Kassemba Terra Preta onde fiz a estreia do meu video de spoken Idle Worship/Adoração em Vão…
Infelizmente estamos a chegar ao fim da nossa conversa, mas antes desta interacção terminar quero tocar num último aspecto, mais uma coisa que vejo quando olho para ti: o senso de comunidade. Estás sempre nos eventos, divulgas trabalhos alheios, apresentas críticas, convives com o pessoal, apoias e encorajas, és acessível e aberto, todos são manos e manas, estás presente, engajado, atento. Usas muito a frase “é tudo nosso”, isso me faz lembrar o conceito de ubuntu, eu sou porque nós somos. Eu acho-me um produto daqueles que vieram antes de mim e o resultado da força colectiva presente hoje, acredito que encontramos o nosso próprio trajecto dentro de um caminho por onde muitos já passaram e passam. Usas também as frases “olha a minha geração a passar” e “a minha geração” para comemorar os feitos dos teus colegas. Qual é a tua geração? O que é que te orgulha tanto na tua geração?
António Paciência: Quando falo da minha geração não é propriamente a pensar numa perspectiva de que me orgulhe, na verdade, esse é outro estágio, ainda estamos no estágio da nossa afirmação, um dia o nosso país já foi para jovens e foi assim que conquistámos a nossa independência, mas depois passámos para um país só de senhores, e depois de velhos, velhos-senhores e velhos-jovens. Num passado muito próximo do agora é que estamos a voltar a afirmar-nos, celebro isso sempre que posso.
Há muito por se galgar no que toca à ideia de transformarmos a nossa arte num meio de subsistência e numa bóia de salvação, primeira na busca de quem nós somos, e porque somos africanos, a salvação é e sempre será colectiva, então a ideia é materializar esse espírito, e no final ganhamos todos. Quando eu avanço, muitos avançam comigo, quando eu estiver cansado, os outros avançarão, essa é a missão. Eu, sozinho, não conseguiria, por exemplo, levar poesia todos os dias a todos os angolanos e ao mundo, é preciso garantir que, quando eu estiver a descansar, a magia não pare, por isso digo que é TUDO NOSSO.
Parabéns pelo teu vídeo e pela força da tua palavra.
Jaliya: Obrigada pela apreciação do meu trabalho.
O que acabaste de dizer faz-me lembrar uma frase da Maya Angelou “eu venho como uma, mas me levanto como dez mil”. É um prazer fazer parte desta geração de jovens que se afirmam e conquistam o seu espaço na vida, neste país, não só no ramo das artes, mas por todo o lado.
A nossa geração…
Obrigada mais uma vez pelo tempo concedido para essa conversa. Desejo-te sucessos, que possas continuar a tua jornada de crescimento, descobertas e inovações enquanto brindas o público com a doçura da tua arte.
António Paciência: Muito obrigado, gostei muito de ser entrevistado, fora o facto de ser divertido também foi muito bom fazer essa introspecção.

Jaliya The Bird é uma escritora, poetisa, performer angolana. A sua obra explora o ser Mulher, Negra, e o Pan-Africanismo dentro do conceito de [Inter]Sessions: UnSpoken Words. [Inter]Sessions é provocar, celebrar, libertar emoção e pensamento através da narração de histórias, a escrita, poesia e arte de representação. A artista é apaixonada pela liberdade e autenticidade, o viver a vida a partir da essência de quem somos à medida que respondemos às causas que nos comovem. O seu filme de spoken word Idle Worship, realizado por Ariel Casimiro via a Usovoli Cinema, ganhou o prêmio de melhor filme de spoken word no Festival Internacional de Filmes Realtime na edição de 2020. @Jaliyathebird nas redes sociais.